Sobre
o fatídico 7x1 diante da Alemanha, li textos e acompanhei a opinião de diversos
jornalistas e “jornalistas”. Em meio à tristeza, alguns absolviam a Seleção
enquanto outros a criticavam duramente. E no geral, é fato que a ficha ainda
não caiu.
Ao
contrário de toda a mídia (que durante a grande maioria do período de cobertura
à Seleção se resumiu a criticar, falar repetida e insistentemente de 1950 e
puxar saco de forma ostensiva após cada vitória medíocre), não culpo Felipão. É
claro que Luiz Felipe tem seus deméritos e sua parcela de responsabilidade, mas
não se compara a dos clubes.
O
nível do futebol brasileiro é lamentável. O Campeonato Brasileiro é um dos mais
disputados do mundo, pois há sempre 10, 11 times que entram competindo para ver
quem será o campeão. Mas eu não diria só campeão, eu diria o “menos patético”.
E não faço questão de absolver nem o atual campeão, Cruzeiro, que de repente
virou “exemplo” para os demais.
Simplesmente,
virou várzea. Os clubes exalam dívidas, contratam jogadores por fortunas e
salários exorbitantes sem saber como vão pagar. Sempre há um parceiro, um
investidor, mas sempre falta dinheiro mesmo assim. O que explica isso?
A
respeito das categorias de base, não me explicaram que modernizar o futebol era
extinguir posições. Cadê os ‘camisas 10’? Cadê os centroavantes? Cadê os
laterais que sabem defender e atacar (a moda agora é todo mundo ser ala)? Quais
os critérios para definir o potencial de um garoto? Ele saber correr sem rumo e
dar chutão atrás de chutão? Isso sem contar que a garotada, antes de virar
profissional, busca salários de ‘galácticos do Real Madrid’.
Com
isso, veio a convocação do Felipão. Já é natural que a base seja formada por
jogadores que atuam no exterior. A diferença está no fato de, há não muitos
anos atrás, a base ser formada por atletas que brilhavam no exterior: Kaká,
Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, entre tantos outros. Hoje, o
exército estrangeiro da Seleção Ceebefiana, como diz Mauro Cézar Pereira, com
exceção de poucos, é montado por refugos, por jogadores em crise, no banco, na
lama...
Fiquei
decepcionado com a convocação. Achei horrível. E ao mesmo tempo em que me
indignava com a presença de determinado jogador, ao mesmo tempo não tinha um
substituto. Diferente de Felipão, os únicos não convocados que eu levaria
seriam Lucas, Luis Fabiano, Philippe Coutinho e Miranda. Não estou dizendo que temos um time horrível,
mas estamos longe de ter um time campeão.
Time
campeão... hexa, hexa, hexa. Só se pensa no título. Qualquer outro resultado é
julgado como fracasso, como algo difícil de engolir, como uma justificativa
para queimar jogadores que não são queridinhos da imprensa. E o exemplo da
Alemanha, da Espanha, não pode ser seguido? Ou seja, o de uma renovação
cautelosa, planejada. Entrar numa Copa com o pensamento de ter uma base sólida
e forte para a próxima também, não só para a atual.
Julguem-me
o quanto quiserem, mas fico feliz, de verdade, do Brasil não vencer esta Copa.
Consideraria uma derrota de goleada do futebol. A derrota humilhante para a
Alemanha foi apenas um sinal de uma realidade que todos, no fundo, enxergam,
mas todos empurram para baixo do tapete (ou tapetão, melhor dizendo), do
futebol dominado por empresários e dirigentes amadores.
E
uma última coisa: aqui, a lista de convocados do Brasil sub-21 que há alguns
meses venceu o Torneio de Toulon. Estão de parabéns, mas, olhando para esta
lista, me respondam: com exceção do Marquinhos, quantos vocês realmente esperam
na equipe principal?
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